domingo, 2 de setembro de 2007

tempo, tempo, mano velho

É...houve um tempo em que eu ia dormir antes da novela acabar e acordava às 7h, bem descansada. Era o mesmo tempo que eu podia usar as minhas tardes pra testar receitas novas, aprender a tocar violão...e ainda sobrava tempo pra estudar. Fim de semana, nossa...era tanto tempo livre que nem sabia o que fazer. Descansava, saía...de vez em quando eu ia numa festa e voltava só de manhã...mas tudo bem, no domingo não tinha NADA pra fazer e eu simplesmente dormia e me recuperava.

Mas e agora? Tudo bem, tem suas vantagens virar gente grande, apesar de não estar mais em casa todos os dias na hora do chaves. Mas uma coisa é fato, o tempo corre. Vejo que depois que eu escolhi o que queria fazer da vida, nem tenho o direito de desviar muito...Ainda mais se tratando de Arquitetura. Sim, é muito trabalhoso. E muita gente me avisou "bah, são muitas noites mal dormidas, hein.." e justo eu que dormia tri cedo. E mais: inventei de trabalhar, ao mesmo tempo, como se não fosse o bastante.

De qualquer forma, a verdade é que não posso e não devo reclamar. Afinal, foi isso que eu quis. E quando todo mundo me disse que era cansativo e depois com o trabalho que seria muita responsabilidade, eu pensava comigo mesma " quanto maior o desafio, maior é a conquista". Confesso que às vezes tenho receio sobre as responsabilidades que tenho assumido, pois paro e penso que só tenho 21 anos ainda...mas também gosto. É essa a minha forma de aprender e de me motivar. Não tenho tempo pra nada, é verdade, mas isso também tem seu lado positivo. Nessas horas críticas a gente percebe quem realmente está contigo, do teu lado, te apoiando. Eu quis trabalhar, e devo ser grata por ter conseguido. Aprendi que não se consegue nada sem sacrifício, mas principalmente que também não se consegue nada sozinho. Algumas pessoas têm me ajudado muito mesmo. Fico muito agradecida, mesmo.
Bem, vou parar por aí porque já estou filosofando demais...nem costumo fazer isso...hehehe...Acho que estou passando tempo demais contigo, Cris. Por falar em Cris, não deixem de ouvir o podcast, que é um programa de rádio para baixar em mp3, gravado pelo meu namorado maravilhoso: www.podcastLadoB.blogspot.com
fui!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Por onde andei...


Ainda me lembro do tempo do colégio. Eu era uma pessoa que não
conhecia nada de Porto Alegre, pois eu sou o exato oposto do que
seria um nômade. Nasci na mesma casa que moro até hoje; sempre
estudei no mesmo colégio, que por sinal fica quase na frente da
minha casa. Percebe-se que praticamente não andava de ônibus.E
quando o fazia, era pra ir na casa de alguma colega depois da aula e
tal. A minha família sempre procurou trazer uma sensação de
estabilidade, talvez eles tenham exagerado um pouco.

Enfim...por muito tempo, achei que jamais aprenderia a andar por aí
sozinha. Mas aí fui fazer cursinho...tinha que ir até o centro.
Então aprendi quais ônibus passavam na minha casa e pra onde eles
estavam indo. Depois passei pra UFRGS, o que não fez tanta
diferença, pois também fica no centro. Comecei a procurar estágio.
Tive que aprender mais alguns lugares, mas ainda não tão váriados.

Bem, pra resumir, hoje, que trabalho como decoradora, de uma hora
pra outra passei por váários lugares, para visitar clientes. Ônibus
que eu nem sabia que tinha. Já peguei tantos ônibus diferentes em
tão pouco tempo que já nem sei. Ah, sem contar que comecei a namorar
o Cris, que mora Jardim vila nova, zona sul de Porto Alegre, que é
quase interior. Pois é, amor, tem um ponto positivo de morarmos tão
longe. Hoje já começo a entender o traçado da cidade. Como comecei
no centro e agora que trabalho lá, esta parte está dominada, hehehe.
Mas o resto, quanto mais eu descubro, mais eu vejo o quanto ainda
tenho que descobrir. Normalmente o pessoal da zona sul não conhece a
zona norte, nem quer conhecer e acha um labirinto. O contrário
também é valido. Como sou da zona leste, não tomo partido. A minha
cidade é inteira...e viva o mapa no site de porto alegre, os mapas
dos ônibus das empresas (que por sinal não dizem muita coisa, mas
quebram o galho), o site da eptc com os itinerários e busca por
logradouro (pena que não tem mapa). Agora só me falta comprar um
mapa de Porto Alegre, bem completinho, e bem grande, pra colocar na
parede...

Com essa conversa fiquei com a música do Nando Reis na cabeça,aliás,
faz tempo que não vejo esse dvd, que foi o primeiro presente que
ganhei do meu namorado, quando só tínhamos dois meses de namoro.
"Por onde andei, enquanto você me procurava..."

sexta-feira, 16 de março de 2007

palavras

Fico encantada com a musicalidade que as palavras juntas podem ter. Tem uma música da Marisa Monte que ilustra bem o que estou dizendo. Mesmo se não tivesse a melodia, a letra por si só já tem ritmo:

Bem Leve

Bem leve leve
releve quem pouse a pele
em cima de madeira
beira beira quem dera
mera mera cadeira
mas breve breve revele
vele vele quem pese
dos pés a caveira

Dali da beira
uma palavra cai no chão
caixão dessa maneira
Uma palavra de madeira em cada mão
Imbuia Cerejeira

Bem leve leve
revele quem pouse a pele
em cima de madeira
beira beira quem dera
mera mera cadeira
mas breve breve revele
vele vele quem pese
dos pés a caveira

Jacarandá, Peroba, Pinho, Jatobá
Cabreúva Garapera
Uma palavra de madeira cai no chão
Caixão dessa maneira



Isso me lembra, quando estava no antigo segundo grau, um trecho de Cruz e souza:


"Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas."

sexta-feira, 2 de março de 2007

TV!

Não sei se isso acontece com muita gente ou se eu é que tenho esse problema, mas o fato é que não consigo mais conversar com as pessoas, pelo menos não tanto quanto eu gostaria. Não vou ser ingênua e dizer que a culpa é da televisão. Não, a culpa é de quem assiste mesmo.

Não irrita quando a gente tem um assunto importante a dizer e as pessoas simplesmente não te ouvem porque preferem ver as tragédias que estão sendo anunciadas? Pois é, só sei que a comunicação é cada vez mais difícil. Um gosta de ver as notícias, o outro não pode perder a novela, outro tem que ver os seriados em silêncio, outro – pior ainda- quer assistir Big Brother. Desse jeito fica impossível.Ok, não me isento da minha culpa, quando está passando FRIENDS não faço questão de conversar. Mas também não é o fim do mundo se assim for necessário. Mas quando te dizem pra ficar quieto não é nada. Pelo menos tu não gasta saliva à toa. Pior é quando fingem que estão te ouvindo e ficam respondendo “aha” e no intervalo perguntam “Que que foi mesmo?” Aí sim.

Não, não é revolta. Parece, mas o fato é que existe aqui um conflito de interesses. Tenho os meus programas que gosto, mas nunca deixo de ouvir alguém por causa disso. O programa fica pra depois, quando der. As pessoas estão colocando a TV acima de tudo e não posso entender isso. Nem precisa ser importante, mas não troco conversar com alguém por ver FRIENDS, e olha que eu sou muito fã.

É por esse motivo que muitas vezes prefiro ir a um bar a ir ao cinema. No bar pelo menos a gente joga conversa fora...No cinema tem que ficar todo mundo quieto. Adoro ir no cinema, mas está se tornando raro fazer isso...Simplesmente conversar, sobre qualquer besteira...Isso é importante. E com msn, e-mail, orkut, etc...as pessoas se vêem menos ainda. Mas ainda acho que o melhor é a conversa ao vivo e a cores...mas às vezes a gente tem que esperar tanto pra isso...Daqui a pouco as pessoas vão dizer “Ah, domingo a gente conversa, porque não tem nada de bom pra ver na tv...isso se não tiver um filme bom na tv a cabo, né...”

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Poetry

Sabe, eu acho que todo mundo tem uma poesia preferida. Se não tem, deveria ter e decorá-lo, até mesmo quem não gosta muito do gênero literário. Eu mesma só tenho conhecimento lido e interpretado, por assim dizer, de autores mais clássicos, como Drummond ou Fernando Pessoa. Gosto muito também de Manuel Bandeira, Castro Alves, Gonçalves Dias, Casemiro de Abreu...E como não falar de Mário Quintana? Embora eu tenha que dizer que não sou muito fã de sua obra (podem me apedrejar). A infantil eu acho genial, as outras já não me chamam muita atenção.

Enfim, penso que o que importa não é tanto o estilo ou a métrica...Os bons poemas são aqueles que nos tocam realmente. Para mim são poucos os quais posso citar. Mas como disse no início, todos devem ter uma poesia preferida. Eu tenho a minha, e sei de cor, hehehe...tá, é super "manjada", mas eu adoro:


Mar Português


" Ó mar salgado
quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena?
Tudo vale a penase a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
mas nele é que espelhou o céu."

Fernando Pessoa